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As Imagens da Minha Objectiva

As Imagens da Minha Objectiva

25 de Novembro, 2016

Saudades do Verão ... quero o teu amor d'água fresca

Paulo Brites

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Quando eu vi olhos de ameixa
E a boca de amora silvestre
Tanto mel, Tanto sol
Nessa tua madeixa perfil, sumarenta e agreste

Foi a certeza que eras tu
O meu doce de uva
E noz sobre a mesa
O amor de morango e caju

Peguei, trinquei e meti-te na cesta
Risi dás-me a volta à cabeça
Vem cá, tenho sede
Quero o teu amor d'água fresca, oh oh oh oh

Tens na pele travo a laranja
E no beijo três gomos de riso
Tanto mel, tanto sol, fruta, sumo, água fresca
Provei e perdi o juízo

Foi na manhã acesa em ti
Abacate, abrunho
E a pêra francesa, romã
Framboesa, kiwi

Peguei, trinquei e meti-te na cesta
Risi dás-me a volta à cabeça
Vem cá, tenho sede
Quero o teu amor d'água fresca

Dina - Amor de água fresca
23 de Novembro, 2016

Afinal o que sobrou?

Paulo Brites

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Graça Aguiar

 

Desfazemo-nos e refazemo-nos, vezes e vezes sem conta, ao longo da nossa história.
Certos momentos são como um inesperado tremor de terra; apanha-nos de surpresa e faz-nos simplesmente aluir, sem controlo, por vezes até sem amparo. De início é uma visão devastadora, dolorosa, sem sentido. Mas depois todas as sensações vão abrandando… Damos por nós a olhar para o que sobrou – de pé, ou não, – e percebemos que não é o fim. E mesmo que seja em alguns aspetos, só temos duas escolhas; reerguermo-nos, ou ficarmos ali, presos ao que já não tem volta…
Independentemente da escolha que façamos, porém, fica uma certeza: ao mergulharmos nas nossas perdas, dores, aluimentos, jamais voltaremos a ser os mesmos (felizmente!).

18 de Novembro, 2016

Eu já nem tou ai ...

Paulo Brites

DSC_6442-1-2Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber

 
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer
 
Se eu disser
Que já nem sinto nada
Que a estrada sem você
É mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso
Leio o teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso
 
Sinto dizer que amo mesmo
Tá ruim pra disfarçar
 
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra mão
 
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada
 
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
 
Ana carolina
17 de Novembro, 2016

Para ti que viste esta imagem ... "Ser alma ou ego"

Paulo Brites

DSC_7638-1-2Para ti que viste esta imagem ...

Graça Aguiar

As emoções são a cura da Alma.
As reações, a sobrevivência do ego.

A Alma mostra-nos o que somos.
O ego esconde-nos até do que não somos.

A Alma compreende os nossos defeitos.
O ego renega-os insistentemente.

A Alma ama-nos até no imperfeito.
O ego insiste em que sejamos perfeitos.

A Alma revela-nos o caminho.
O ego distrai-nos com o acessório.

A Alma torna-nos singulares!
O ego, apenas mais uns no meio de tantos.

A Alma revela-nos a verdade.
O ego camufla-a através do medo.

A Alma oferece-nos a imortalidade.
O ego... absorve-nos até ao último suspiro.

E eis que vem a vida e nos pergunta:
- O que queres Ser, afinal? Alma ou ego?
E respondemos o quê?

- Não tenho tempo para pensar nessas "coisas"

03 de Novembro, 2016

Eu sou do tamanho do que vejo

Paulo Brites

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Alberto Caeiro


Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.