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As Imagens da Minha Objectiva

As Imagens da Minha Objectiva

09 de Março, 2020

Um poema e uma fotografia - parte XV

Paulo Brites

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Escorrega nos cavalinhos
roda no escorrega,
salta a vedação
pisa a corticite
limpa os sapatos da areia;

Vai e vêm
do parque do baloiço...

Vai e vêm do alto e baixo
vai e vêm do carrocel
vai e vêm da girafa
do leão, do elefante, da chávena;
Vai e vêm mesmo que chova!

Tal como o poeta
que quer chapinhar
já não sendo criança
a poça não sabe
não há necessidade de a enganar.

Paulo Brites

07 de Março, 2020

Um poema e uma fotografia - parte XIV

Paulo Brites

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Sentir sem medida
medir sem ver;
Abraçar sem abraços
cheirar sem olfatos
pontes sem margens
abraços sem braços;
Beijos sem lábios
prendas sem laços.

Canteiros de aroma a lavanda
cheiros de árvore da paz
num candeio de esculturas
de cor rosa fugaz.
Carecas de cabelo
calvos de pêlo
lindos os caminhos
que Valentim trás;

Décimo terceiro dia? Fevereiro? Talvez!
A Primavera? A borboleta fez!

Paulo Brites

 

06 de Março, 2020

Um poema e uma fotografia - parte XIII

Paulo Brites

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A meio caminho
de um meio destino
na caminhada do destino.
A meio caminho
de caminho nenhum
por ser, meio caminho.
A meio caminho
da história repetida
na repetição do caminho.

A meio caminho da felicidade sonhada
a meio caminho dos sonhos perdidos
num caminho de insônia pessoal
sobre o leito da nossa própria cama.
A meio caminho da perda de tudo
na repetição do caminho
a meio caminho de um abraço,
por falta de braços.
A meio caminho de tudo
no caminho do nada.

Que por não haver meio caminho,
não é caminho de nada!


Paulo Brites

 

03 de Março, 2020

Um poema e uma fotografia - parte XII

Paulo Brites

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Tudo na vida são escolhas


Tudo na vida são escolhas
muitas vezes, dolorosas e sacrificantes;
Mas necessárias!
Boas ou más?
Tal qual a liberdade, presa nas amarras da sociedade,
decisivas ou nem por isso mas, escolhas.

Do pântano ao pânico
é assombroso cada segundo mas necessário!
Sonhos; estabilidade; agir; assumir …
Correr, andar, sonhar …
“Liberdade de escolha, prisioneiro das escolhas”
Pablo Neruda, um livro, dois livros
Três palavras e quatro versos!

Um bolo, um medronho
a cafeína faz mal.
Um livro no meio da biblioteca
estimula escolhas  
no jardim das camélias
com necessidades de rega.

E a água chega lá?

Einstein fez contas na relatividade;
Camões no jardim das palavras;
Pessoa no ser da flor e do sentimento e cheiro.
E nós?
Satisfação na erosão das escolhas necessárias.

Objetos? Têm forma!
Flores? Têm cheiro!
Pão? Tem sabor!
Sensações? Têm cor! Uma rosa; Uma laranja;
Outra saborosa; Outra, um bem-estar!

Mudar de foco, muda o foco,
é a escolha imediata
na insatisfação da sensação
do sabor das flores, do cheiro dos objetos,
da forma das sensações, na escuridão da cor no final do túnel!

Rotinas, convicções, anulações!
É erro na admissão de ar,
E o motor pára!
Íntegros na correção
certos na escolha
cautela nas consequências  
realista nas necessidades.

O barco flutua de proa a ré,
sem norte na bússola da ancora
sem corrente que a suporte
nas repetidas marés de ondas invisíveis
e nelas, surfar até outro navio submerso.  

Orgulho na persistência emocional e racional
Orgulho na coragem de ser ou fazer
Orgulho na escolha de parar no tempo
Orgulho na mudança necessária.

Orgulho na escolha? Não!
Orgulho na coragem de ter ficado!

Paulo Brites