Dire Straits - Ticket to heaven
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Flor de Lis - Todas as ruas do amor
Se sou tinta
Tu és tela
Se sou chuva
És aguarela
Se sou sal
És branca areia
Se sou mar
És maré-cheia
Se sou céu
És nuvem nele
Se sou estrela
És de encantar
Se sou noite
És luz para ela
Se sou dia
És o luar
Sou a voz do coração
Numa carta
Aberta ao mundo
Sou um espelho d'emoção
Do teu olhar
Profundo
Sou um todo
Num instante
Corpo dado
Em jeito amante
Sou o tempo
Que não passa
Quando a saudade
Me abraça
Beija o mar
O vento e a lua
Sou um sol
Em neve nua
Em todas as ruas
Do amor
Serás meu
E eu serei tua
Se sou tinta
Tu és tela
Se sou chuva
És aquarela
Se sou sal
És branca areia
Se sou mar
És maré cheia
Se sou céu
És nuvem nele
Se sou estrela
És de encantar
Se sou noite
És luz para ela
Se sou dia
És o luar
Flor de Lis
Jonathan Silva - Samba da utopia
Se o mundo ficar pesado
Eu vou pedir emprestado
A palavra poesia
Se o mundo emburrecer
Eu vou rezar pra chover
Palavra sabedoria
Se o mundo andar pra trás
Vou escrever num cartaz
A palavra rebeldia
Se a gente desanimar
Eu vou colher no pomar
A palavra teimosia
Se acontecer afinal
De entrar em nosso quintal
A palavra tirania
Pegue o tambor e o ganzá
Vamos pra rua gritar
A palavra utopia
Jonathan Silva
Hoje é dia Mundial da Fotografia. Poderia escrever qualquer coisa, como já o fiz em anos anteriores. Poderia partilhar uma foto, daquelas, que achamos ser muito boa. Poderia até nada fazer. No entanto, partilho somente uma simples fotografia minha e, uma passagem, não fotografada, mas imortalizada em palavras.
Quando Winston Churchill fez 80 anos, um repórter com menos de 30, foi fotografá-lo e disse:
- Sir Winston, espero fotografá-lo novamente nos seus 90 anos.
Resposta de Churchill:
- Por que não? Você me parece bastante saudável.
Conta-me
Como foi o teu dia.
Foi agrura ou poesia?
Música ou barulho?
Foste castelo, princesa?
Ou problemas e entulho?
E a tua alma?
Está quente?
Fria?
Afinal como foi o teu dia?
Tristão de Andrade
Eu quero uma casa no campo como Elis Regina,
Plantar os discos, os livros,
E quem sabe uma menina,
Por mim até podem ser mais,
Um amor como os meus pais,
Os dias como os demais,
Sem serem todos iguais.
Casa no campo com a porta sempre aberta,
Deixar entrar amigos,
Partir à descoberta,
Ter a minha cama grande,
A colcha predileta,
E um cão desobediente,
Em cima da coberta.
Quero uma casa completa
Com um pedaço de terra,
E com o espaço quero o tempo,
Adormecer na relva,
Longe da selva de cimento,
Eu acrescento que quero cultivar mais do que mero conhecimento,
Quero uma horta do outro lado da porta e quero a sorte de estar pronta quando a morte me colher,
Quero uma porta do outro lado da morte,
Ter porte de mulher forte quando a vida me escolher.
Quero uma casa no campo que cheire a flores e frutos,
A gomas e sugus,
A doces e sumos,
Cozinhar para quem quer comer,
Comer como sei viver,
Com apetite, já disse que não quero emagrecer.
Comer de colher sopa,
Fazer pão,
Estender a roupa,
Faço pouco das bocas que me dizem para crescer,
Eu quero rasgar janelas nas paredes cujas pedras
Carregar com as mãos que uso para escrever.
Casa no campo com lareira e fogo brando,
Que ilumina todo o ano,
O sorriso de quem amo,
Quero uma casa no campo que pode ser na cidade,
Mas tem de ser de verdade,
Mesmo não tendo morada…
Onde é que aprendeste o que é o infinito?
Foi na contra-capa de um livro da anita
Diz-me qual é o teu perfume favorito?
Pão quente, terra molhada e manjerico
Anda viver comigo
Colamos o nosso umbigo
E não passaremos frio
No nosso lugar estranho
Um filho, um livro, um disco, uma árvore ...
Nunca há um sítio certo! Quando pensamos que chegamos,
há sempre alguma coisa que nos faz dizer, pensar ou mostrar, que não!
Mesmo que ele possa parecer, nunca é o que parece!
Não é por não o ser. É porque, quem nos poderia esperar, não é quem nos merece esperar.
Erramos nós? Serão eles? Não sei!
Só sei que há quem tenha medo do sítio certo!
O sítio certo é aquele onde não estamos. O sítio certo é onde nos desejam.
O sítio certo é onde se pensa: será que é o que procuro? Que quero?
O sítio certo? Tal como a pessoa certa? Somos nós que o evitamos!
Porquê?
Por medo que seja aquilo que queremos?
Por medo de que seja o que, inconscientemente, procuramos e desejamos?
O sítio o certo é como a pessoa certa. Não existe!
Somos nós que a criamos! Somos nós que lhe damos vida!
Somos nós que a afastamos! Somos nós que não o permitimos entrar!
O sítio certo? Tal como a pessoa certa? Somos nós que temos medo dela!
É como ver um filme! Por muito bom que seja,
quando estamos a pensar no sítio certo, o filme nunca é no sítio certo!
Os personagens, por mais que combinem connosco, nunca somos nós!
O sítio certo? É onde nunca pensamos estar!
O sítio certo não existe! Somos nós que o permitimos!
Porque fugimos nós então, do sítio certo?
Porque evitamos o encontro?
Por medo? De quê? De ser a pessoa certa? De ser a errada?
Se não conhecemos não saberemos se é a certa ou errada!
Porque julgamos antecipadamente? Não! Eu não julgo!
Eu procuro o sítio certo! Não a pessoa certa! Somente o sítio!
Se és ou serias tu? Só o encontro o diria!
Encontro que tu evitas, que tu foges, que não queres!
Porquê? Talvez porque pensas, que poderá ser o sítio certo?
A pessoa certa? Medo? Do quê?
Que raios partam o medo!
Que raios partam o pensamento!
Que raios partam os preconceitos!
Se gostas? Porque não vais? Se achas, porque não permites a descoberta?
Feia, bonita? Não! Somente tu!
Qual o medo? Qual a pancada?
Não quero mais ver o filme. Espero pela temporada seguinte!
Irá dizer, o fim deste episódio! Finais? Não gosto! Quero continuação!
Um ok? Não! Nunca existiu! Mas no ok, estará o vais te foder! Nunca mo enviaste!
Porque foges tu? Porque evitas tu?
No filme que estou a ver, é só tiros! Eu sou mais forte do que eles!
Basta somente fechar a janela no PC, e o filme, acaba!
Quero uma música!
Quero ouvir uma música da Betânia!
Romântica? Não! Basta ser da Betânia!
Mas que seja e esteja, descalça! Não gosto de sapatos! Tal como a Betânia!
Paulo Brites
Publicação, originalmente publicada em: https://dizamaeparamigarassopas.blogspot.com