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Quem me conhece bem sabe que sou ateu, sabe que sou agnóstico. Mas também sabe que a minha crença e fé ou a ausência dela, nada e em momento algum, colide ou colidiu, com quem a tem. Respeito-a!
Ao longo da minha vida, já tive o prazer de visitar inúmeros templos de todas as religiões. Claro, sempre com respeito e admiração de quem, por opção e fé, os visita como templo de oração. Se têm fé, deverão pratica-la! Quem não tem, como é o meu caso, só tenho que respeitar da mesma forma que espero, ser respeitado.
Mas estava eu a dizer, que ao longo da minha vida já visitei inúmeros templos religiosos. Não vou fazer nenhuma lista, primeiro porque não interessa, segundo, porque será maçador estar agora a publicar uma lista de templos religiosos e, terceiro, é um assunto pessoal.
Embora ateu, nasci e cresci numa sociedade e família crente à Igreja Católica, bem como, sou descendente de um bispo dessa igreja. O meu tetra-avô paterno era padre. Mas isso não faz de mim crente. De entre os muitos templos religiosos, tive o prazer de durante 45 minutos, ser acompanhado pelo padre Francisco, como guia, na igreja de São Pedro, no Vaticano. Coisas da vida… Um dia relato o acontecimento e, claro, acompanho com uma partilha fotográfica que o prova.
No entanto, o templo religioso mais bonito e onde senti maior conexão pessoal e espiritual, foi este que está na fotografia. Não direi onde é! Quem o conhece saberá de certeza onde fica. Mas é, e foi, o mais bonito templo religioso da época moderna que conheci. É no Alentejo. No Alentejo interior e profundo. É verdade, o Alentejo tem “coisas maravilhosas” … que bonita igreja esta! Que bem tratada que está. Tão bom conhecê-la! Tão bem que fui recebido, mesmo depois de uma breve conversa em que confessei ser ateu. É a igreja mais bonita do mundo! Obrigado pela receção que tive.
Tudo isso me fez lembrar de um poema da Marília L. Paixão, o lado de fora da Igreja.
Linda por fora
Linda em imenso
Mas eu gosto da igreja
Vazia por dentro
A igreja cheia de gente
Não me faz muito contente
Do lado de fora
Há mais harmonia
Entre eu, Deus e a alegria
Mas eu gosto da igreja por dentro
Quando ela está vazia
Que linda é a igreja toda silenciosa
Parece que só os santos fazem prosas
Ninguém ora
Ninguém chora
A igreja vazia dá-me mais vontade de conhecê-la
A igreja cheia parece não precisar de mim para nada
Sinto-me sem ar, sem lugar, um peixe fora d’água
Mas do lado de fora da igreja acho que ela é muito sagrada.
Merece ser amada
Eu gosto de tê-la
Gosto de vê-la
Queria escrever para ela
Olho-a com muito respeito
Acredito num deus verdadeiro
Como é linda a igreja vista assim
Do lado de fora
Sem medo.
Do lado de dentro
Me perco.
Parece que Deus vive mais fora que dentro
Este é o Deus que vive me vendo.
Marília L. Paixão